Podemos então distinguir dois tipos de teorias sobre a motivação para crime do ponto de vista do criminoso: Teoria Sociocultural e Teoria da escolha racional.
A Teoria Sociocultural explica-nos que a motivação para a prática do crime tem origem em factores independentes à vontade do indivíduo, enquanto a Teoria da escolha racional pretende explicar que os criminosos são livres de optar entre a alternativa criminosa e não-criminosa.
A Teoria Sociocultural baseia-se nos seguintes aspectos:
- A motivação para o crime tem origem em factores sociais e não na decisão individual;
- As pessoas mais pobres, com escolaridade mínima ou inexistente e com dificuldades de encontrar emprego com boas renumerações, têm mais dificuldades em corresponder às expectativas de consumo e de demonstração do “status” social elevado definido pela sociedade. Esta “pressão” social levaria a que essas pessoas tentassem corresponder, mesmo que isso tivesse que seguir vias ilegítimas do crime e fraude;
- De maneira a integrar-se numa determinada subcultura, os indivíduos (especialmente jovens e adolescentes) tendem a adequar o seu comportamento mediante as expectativas exigidas (relacionadas á agressividade e violência) pela subcultura;
- Então, o objectivo principal destes jovens não era a prática de crimes, mas a sua integração nesses grupos sociais (ou também chamados gangs).
Tudo isto não explica o porquê de então, todos os indivíduos submetidos às mesmas forças sociais, não reagirem da mesma maneira, praticando o crime. É importante referir que os indivíduos são diferentes uns dos outros e que têm diferentes maneiras de reagir a essas forças sociais.
Segundo a Teoria da escolha racional existe um momento na vida em que o indivíduo pode optar por cometer o crime, ou não. Cada alternativa apresenta para cada pessoa, diferentes custos/benefícios, os quais os avaliam consoante a importância que dão. Na altura da “decisão” pode-se dizer que a racionalidade se trata de uma racionalidade limitada, visto que a decisão do crime ou não-crime ocorre numa situação de ignorância mediante certas noções que se deve ter acerca da realidade. Por fim, segundo os criminosos as vantagens e desvantagens estariam ligadas a uma sensação de “adrenalina”.
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